A gasolina e o diesel tiverem outro reajuste confirmado nessa segunda (01). Esse é o quinto reajuste da gasolina, que teve acréscimo de 4,7%. Já o diesel contabiliza o quarto aumento, dessa vez com 5% de reajuste. O anúncio veio em meio a críticas do presidente Jair Bolsonaro nos preços da companhia e em uma troca de comando, que ainda não teve aprovação do Conselho Administrativo da Petrobrás.
Em reais, o aumento significa cerca de R$0,12 para a gasolina e R$0,13 para o diesel, em cada litro do combustível. Os preços estabelecidos pela empresa seguem os valores internacionais do Petróleo. Dessa forma o consumo interno fica mais caro devido a desvalorização da moeda nacional em comparação ao Dólar. Assim, o impacto na vida do brasileiro é alto e pesa no bolso.
Troca de comando
Após outro anúncio de reajuste de valores da gasolina e diesel, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a troca de comando da empresa. Com isso, Bolsonaro optou por não renovar o contrato de Roberto Castello Branco e indicou o general da reserva Joaquim Silva e Luna, que precisa ser aprovado pelo conselho. No entanto, o mandato de Castello Branco vai até 20 de março, e até lá a empresa continua com a atual política de preços.
O anúncio causou impacto negativo na imagem da empresa, dentro e fora do país. Investidores ficaram receosos com os rumos que a estatal pode ter e com possíveis intervenções do governo na empresa. Esse fato causou queda nas ações e uma espécie de déjà vu: durante o governo Dilma, a empresa utilizou o caixa para controlar a inflação e evitar repassar o aumento na gasolina e diesel para as refinarias.
Entenda os preços da gasolina e diesel
Atualmente, a política de preços da Petrobras utiliza os valores internacionais e a cotação do dólar para definir os preços. Dessa forma, a base para o cálculo é realizada através da moeda internacional que, atualmente, está mais valorizada que o real. Além disso, outros fatores têm impacto no valor pago pelo consumidor, como a carga tributária, custo obrigatório do etanol e margens de distribuição e revenda.
Sendo assim, o valor que a empresa vende para as refinarias não é o único fator determinante no preço que a gasolina e o diesel chegam ao consumidor. A carga tributária tem peso importante no valor repassado, e varia de acordo com o estado em que se vende o produto. Além disso, os distribuidores têm autonomia para adequar o preço e os fatores estipulados pela empresa que distribui também tem participação no valor.
Em 18 de fevereiro, quando anunciado um novo aumento, a empresa afirmou que tem “influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais”. E que “o preço da gasolina e diesel vendidos na bomba do posto revendedor é diferente do valor cobrado nas refinarias da Petrobras”. Portanto, por maior que seja o impacto no valor final do combustível, os reajustes da estatal não são os únicos a definirem os preços.

Governo estuda maneiras de reduzir o valor da gasolina e diesel
Com os frequentes aumentos de preços e uma possível greve dos caminhoneiros, o governo estuda maneiras de reduzir os valores. Uma das alternativas anunciadas foi zerar os impostos federais por dois meses. A medida busca diminuir o valor do óleo diesel e amenizar a situação com uma das classes mais afetadas pelos reajustes. Uma possível greve acarretaria maiores impactos econômicos ao país.
Com a desoneração do imposto, que cai sobre o óleo diesel e gás de cozinha, a Receita Federal busca então saídas para compensar os gastos. Os impostos zerados são o PIS e Cofins, que representam cerca de R$ 3 bilhões no diesel. Por esse motivo, outra fonte de arrecadação precisar ser indicada, caso contrário as medidas irão contra a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Entre as possíveis alternativas estão a extinção de benefícios para o setor petroquímico, de maneira temporária, e a definição de limite para isentar os impostos da compra de automóveis por pessoas com deficiência. Essas medidas ainda estão sendo estudadas, mas é uma das maneiras encontradas para garantir que o valor não arrecadado pelos impostos seja obtido em outros produtos.
O impacto para o consumidor
Com o aumento, o valor atual da gasolina e diesel para o consumidor pode chegar até R$ 6,00 e R$ 5,00 respectivamente. O impacto não é apenas para consumidores que utilizam o produto de maneira direta, em muitos casos o valor é repassado por empresas de entregas e outros serviços. Com isso, o gasto médio do brasileiro pode aumentar em meio a pandemia e com as medidas de isolamento.
O aumento anunciado também recai sobre o gás de cozinha, e o orçamento das famílias brasileiras pesam cada vez mais. É importante, portanto, utilizar outros meios de locomoção e encontrar alternativas nos gastos. O aumento pode ter impacto ainda nas passagens de transporte público e serviços em geral, uma vez que o valor do frete de diversos alimentos e produtos tende a subir.
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