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Depressão: saiba tudo sobre a doença que vem se expandindo entre os brasileiros nos últimos anos

No Brasil, estima-se que 19 milhões de pessoas em 2023 sofrem de depressão. Dados divulgados pela OMS afirmam que, em 20 anos, ela se tornará a doença mais comum no mundo. Confira abaixo alguns sintomas e possibilidades de tratamento:

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A depressão é uma doença tratável, e o suporte adequado é essencial para a recuperação. O tratamento geralmente envolve uma combinação de psicoterapia, medicamentos antidepressivos e, em alguns casos, outras abordagens terapêuticas complementares.
O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para melhorar os resultados e ajudar o indivíduo a retomar uma vida saudável e produtiva. Se você ou alguém que conhece estiver enfrentando sintomas de depressão, é importante buscar ajuda de um profissional de saúde mental para obter um diagnóstico adequado e o tratamento adequado.

O que é depressão?

A depressão é uma condição de saúde mental que afeta o humor, o pensamento e o comportamento de uma pessoa. É uma doença comum, mas séria, que pode afetar qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo ou situação social. A depressão não é simplesmente uma tristeza passageira ou um sentimento de melancolia ocasional, mas sim uma condição persistente que pode interferir significativamente na vida cotidiana e na capacidade de funcionar normalmente.

Quais são os sintomas da depressão?

Os sintomas da depressão podem variar de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem: tristeza persistente ou falta de interesse nas atividades que antes eram prazerosas; sentimentos de desesperança, desamparo e pessimismo; fadiga ou falta de energia, mesmo com atividades leves; distúrbios do sono, como insônia ou sono excessivo; mudanças no apetite e peso.

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Outros sintomas podem incluir dificuldade de concentração, tomada de decisões e memória; sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva, irritabilidade ou agitação; pensamentos de morte ou suicídio. Esses sintomas devem persistir por pelo menos duas semanas para serem considerados sinais de depressão clínica.

Quais são as causas biológicas da depressão?

As causas da depressão são multifatoriais, e as origens biológicas desempenham um papel significativo no desenvolvimento dessa condição. Diversos fatores biológicos podem contribuir para o surgimento da depressão, e é importante ressaltar que cada indivíduo pode ter uma combinação única desses fatores. Alguns dos principais aspectos biológicos associados à depressão incluem:

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Desequilíbrios químicos no cérebro: As substâncias químicas cerebrais, conhecidas como neurotransmissores, desempenham um papel crucial na regulação do humor, emoções e comportamentos. Certos neurotransmissores, como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina, estão intimamente ligados ao desenvolvimento da depressão. Acredita-se que níveis reduzidos de serotonina estejam associados a um risco aumentado de depressão.

Genética e história familiar: A depressão pode ter uma componente genética, ou seja, a tendência de desenvolvê-la pode ser herdada dos pais. Pessoas com familiares de primeiro grau (pais, irmãos) que têm depressão têm maior probabilidade de desenvolver a doença. No entanto, a genética não é o único fator determinante, e a interação entre genes e ambiente também desempenha um papel significativo.

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Disfunção neuroendócrina: O sistema endócrino, que regula a liberação de hormônios, também está envolvido na depressão. O hormônio do estresse, o cortisol, pode estar elevado em pessoas com depressão, e disfunções no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal podem influenciar negativamente o humor.

Mudanças estruturais no cérebro: Estudos de neuroimagem mostraram que pessoas com depressão podem apresentar alterações estruturais no cérebro, incluindo redução do volume cerebral em certas áreas associadas ao controle emocional e à tomada de decisões.

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Inflamação e resposta imunológica: A inflamação crônica e a resposta imunológica podem estar associadas ao desenvolvimento da depressão. Pesquisas sugerem que processos inflamatórios no corpo podem afetar negativamente os hormônios produzidos no cérebro, impactando diretamente no humor e bem estar.

Quais são as causas psicológicas da depressão?

As causas psicológicas da depressão estão relacionadas a fatores emocionais, cognitivos e comportamentais que podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição. A interação entre os aspectos psicológicos, biológicos e ambientais é complexa e pode variar de pessoa para pessoa. Algumas das causas psicológicas comuns da depressão incluem:

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Estresse e eventos traumáticos: Experiências estressantes, como perda de entes queridos, divórcio, desemprego, abuso ou outros eventos traumáticos, podem desencadear ou contribuir para o desenvolvimento da depressão. O estresse prolongado pode afetar negativamente a saúde mental e desencadear mudanças químicas no cérebro.

Histórico de traumas ou abuso: Pessoas que enfrentaram experiências traumáticas ou abuso no passado têm maior probabilidade de desenvolver depressão.
Padrões de pensamento negativos: Certos padrões de pensamento, como pensamentos negativos recorrentes, baixa autoestima, autocrítica excessiva e tendência a se concentrar nos aspectos negativos da vida, podem contribuir para a depressão.

Habilidades de enfrentamento inadequadas: A maneira como uma pessoa lida com o estresse e os desafios da vida pode influenciar seu bem-estar emocional. Habilidades de enfrentamento ineficazes podem aumentar o risco de desenvolver depressão.
Vulnerabilidades cognitivas: Algumas pessoas podem ter predisposição para desenvolver depressão devido a vulnerabilidades cognitivas, como pensamento rígido, pessimismo ou tendência a interpretar eventos negativamente.

Isolamento social: A falta de suporte social e o isolamento podem aumentar o risco de depressão; Personalidade: Algumas características de personalidade, como perfeccionismo, sensibilidade emocional ou tendência ao auto isolamento, podem estar relacionadas ao desenvolvimento da depressão; Histórico de depressão ou outras doenças mentais: Pessoas que têm um histórico pessoal ou familiar de depressão ou outras doenças mentais podem ter maior suscetibilidade para desenvolver a condição.

Opções de tratamento

O tratamento da depressão geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, combinando diferentes modalidades de tratamento para atender às necessidades individuais do paciente. Vale ressaltar que o diagnóstico é único e precisa ser pautado na análise do indivíduo. Alguns dos possíveis tratamentos para depressão incluem:

Psicoterapia: A terapia psicológica, também conhecida como psicoterapia, é um tratamento fundamental para a depressão. Diferentes abordagens podem ser utilizadas, incluindo terapia cognitivo comportamental (TCC), terapia interpessoal, terapia psicodinâmica e outras. A terapia visa ajudar o paciente a identificar padrões de pensamento negativos, modificar comportamentos disfuncionais e desenvolver habilidades de enfrentamento saudáveis.

Medicamentos antidepressivos: Os antidepressivos são medicamentos prescritos por um médico que podem ajudar a corrigir desequilíbrios químicos no cérebro associados à depressão. É uma medida paliativa, que tem a função de melhorar o dia-a-dia do indivíduo, mas que precisa estar associado a um tratamento integrativo.

Terapia eletroconvulsiva (ECT): A ECT é um tratamento usado em casos graves de depressão resistente a outras formas de tratamento. Envolve a aplicação controlada de correntes elétricas no cérebro para induzir uma convulsão terapêutica, que pode melhorar os sintomas depressivos. Esse procedimento é realizado sob anestesia geral.

Estimulação magnética transcraniana (EMT): A EMT é uma técnica que envolve a aplicação de pulsos magnéticos no cérebro para estimular áreas específicas associadas à depressão. É uma opção para pacientes que não respondem adequadamente a medicamentos ou têm efeitos colaterais significativos.

Exercício físico: A prática regular de exercícios físicos tem sido associada a benefícios para a saúde mental, incluindo redução dos sintomas depressivos. O exercício físico de intensidade média à alta, se feito por um período médio de 30 minutos, libera endorfinas e melhora o humor.

Cuidados paliativos: Cuidados paliativos podem ser oferecidos para ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente com depressão grave; Suporte social: O apoio da família e de amigos é importante para ajudar o paciente a enfrentar a depressão e manter o engajamento no tratamento.

É fundamental lembrar que o tratamento para a depressão pode ser altamente individualizado, e nem todos os tratamentos funcionam igualmente bem para todas as pessoas. É importante trabalhar em conjunto com uma equipe médica qualificada para determinar o melhor plano de tratamento para cada caso específico. Além disso, o tratamento para a depressão pode levar tempo, e é essencial ser paciente e persistente ao longo do processo de recuperação.

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